sábado, 10 de outubro de 2009

Rio 2016: aprender com os derrotados



Projeto de Vila Olímpica da proposta de Tóquio-2016.
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Projeto do Estádio Solar, da proposta de Tóquio-2016.


“Nada substitui a vitória”, teria dito o general americano Douglas McArthur, comandante das operações militares no Pacífico durante a II Guerra Mundial. Portanto, estamos todos exultantes, em momento de justa celebração pela grande vitória da candidatura Rio 2016. Mas, como o espírito olímpico nos ensina, vencer é muito bom, mas reconhecer os méritos dos derrotados também é muito importante. E nesse caso, analisar as propostas que as outras cidades apresentaram ao COI, em Copenhague, só aumenta o orgulho pela conquista do Rio, pois apesar de derrotadas, as outras propostas eram excelentes. Ou seja, ganhamos pelos nossos méritos e não pela deficiência dos outros.

Chamo a atenção, em particular, à proposta de Tóquio que me impressionou principalmente pelo requinte do conteúdo ambiental. Os japoneses prometeram que fariam a mais verde das Olimpíadas.

  • Legado para um século: o discurso dos organizadores garantia que o legado dos Jogos para a cidade foram calculados para beneficiar a população e o meio ambiente por mais de 100 anos.
  • Equipamentos olímpicos em parques: Todas as instalações dos jogos estariam em amplos e belos parques urbanos especialmente preparados.
  • Transporte ecoeficiente: O transporte seria feito por viaturas movidas a energia elétrica e a hidrogênio.
  • Estádio solar: O estádio principal teria a sua cobertura constituída por uma gigantesca placa fotovoltaica que faria com que fosse totalmente operado com energia solar.
  • Jogos com ganhos para o clima: Como todas as outras cidades, prometeram baixa emissão de carbono (evitar o efeito estufa), mas a diferença é que os japoneses não prometiam apenas a neutralidade de emissões (obtém-se com o plantio de árvores para captar o carbono emitido) como seus adversários, mas as medidas adotadas fariam com que se obtivesse uma fixação de carbono maior do que a emissão, ou seja, os jogos teriam um saldo positivo para o clima.

A proposta carioca é ambiciosa quanto às suas metas ambientais: despoluição da Baía de Guanabara, rios, melhorias na qualidade do ar, etc. Mas não poderíamos sonhar em avançar mais do que apenas a solução de passivos ambientais? Ainda dá tempo de aprender com Tóquio.

Da coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 10-10-09.




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