segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Axel Grael faz apelo por despoluição urgente da Baía de Guanabara

Palestra continua a repercutir...


Axel Grael no fórum Rio Cidade Sede (Foto: agência O Globo)


'Se os Jogos fossem hoje, estaríamos oferecendo o local de competição de vela mais sujo e poluído da história olímpica', alerta o velejador brasileiro

Por Danielle Rocha
Rio de Janeiro

As condições da Baía de Guanabara durante as disputas das provas de vela nos Jogos Mundiais Militares, no mês passado, preocuparam. O velejador Axel Grael, irmão dos medalhistas olímpicos Torben e Lars e presidente do projeto que leva o nome da família, teve de entrar em cena. Emprestou uma embarcação especial que costuma utilizar para recolher lixo flutuante na tentativa de melhorar o cenário. A cinco anos da realização dos Jogos Olímpicos Rio-2016, ele mostra preocupação quanto ao cumprimento dos objetivos que foram estabelecidos na área ambiental para a realização do evento.

- Se os Jogos fossem hoje, estaríamos oferecendo o local de competição de vela mais sujo e poluído da história olímpica. O esforço que temos pela frente será muito grande e temos que confiar nisso. Nos Jogos Militares foi muito ruim. Tivemos que fazer um programa de emergência como no Pan. Temos recebido uma quantidade crescente de atletas que querem conhecer a raia olímpica e os comentários são de grande decepção. Eles levam essas informações para os seus países e aí começam a surgir as deias de tirar a competição do local. Eu sou um otimista, vimos que há projetos sendo feitos, mas temos que correr muito para alcançar a meta - disse Axel.

Durante o painel "Um Rio Olímpico e Sustentável?" no fórum Rio Cidade Sede promovido pelo jornal "O Globo", ele lembrou que entre as promessas de campanha da cidade está reduzir 80% da poluição na Baía de Guanabara.

- Prometemos também plantar 24 milhões de árvores e recuperar o sistema lagunar. Vimos que os projetos estão em andamento, mas 2016 é uma parede que se aproxima rapidamente. Não basta só ter vontade política e recursos. A capacidade do poder público para executar obras é complicada porque esbarra em licitações, exigências legais e administrativas para que o projeto avance. Cabe a atletas e população ficarem atentos e cobrar.

Carlos Minc, secretário estadual do Ambiente, não nega que a despoluição da Baía será o maior desafio de todos. Já foram investidos R$ 200 milhões e há R$ 600 milhões garantidos do BID.

- O tamanho do problema é muito grande. Todo mundo joga coisas nos rios de onde já tiramos 38 mil pneus. O esforço na educação ambiental é enorme. Estamos reduzindo a quantidade de sacos plásticos e também coletando óleo. O fim do lixão de Gramacho também vai ajudar muito. Queremos limpar de vez a Lagoa Rodrigo de Freitas, sanear as lagoas da Barra e Jacarepaguá e melhorar consideravelmente a Baía de Guanabara. Queremos Jogos muito verdes. Tenho certeza que serão mais verdes e sustentáveis do que os de Londres - afirmou.

Daqui a 10 dias será assinado, segundo o secretário um acordo entre o município e o governo do estado para saneamento nas favelas. A Cedae irá voltar a operar nas áreas de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e também nas que receberão. Minc também destacou o trabalho que está sendo feito para a despoluição das lagoas da Zona Oeste. Atualmente, 85% do esgoto da Barra é tratado, assim como 60% do Recreio e 15% de Jacarepaguá.

O painel contou também com a participação de Sérgio Besserman, presidente da Câmara de Desenvolvimento Sustentável do Rio, e de Carlos Alberto Muniz, vice-prefeiro e secretário de Meio Ambiente. A apresentação do prefeito Eduardo Paes falando obre a construção da cidade olímpica abriu o evento. Devido à neblina que tomou conta do Rio na manhã desta segunda-feira, dois convidados não conseguiram chegar a tempo. Presidente do Conselho Público Olímpico, Henrique Meirelles, e Dan Epstein, diretor de sustentabilidade dos Jogos de Londres-2012, ficaram presos em aeroportos de São Paulo.

Fonte: GloboEsporte.com





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