quarta-feira, 25 de abril de 2012

Criado órgão intergovernamental de serviços de ecossistemas e biodiversidade

Após muitos anos de negociações internacionais, foi acordado no domingo (22/04) o desenho final da Plataforma Intergovernamental sobre Serviços de Ecossistemas e da Biodiversidade (IPBES, na sigla em inglês). A cidade alemã de Bonn, que já hospeda tratados como a Convenção do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) sobre Espécies Migratórias, ganhou o direito de sediar também o secretariado do novo órgão independente.

O IPBES pretende enfrentar a perda acelerada da biodiversidade mundial e a degradação dos ecossistemas, fazendo a ponte entre a ciência exata, imparcial e atualizada e os decisores políticos.

Embora muitas organizações e iniciativas já contribuam para melhorar o diálogo entre os tomadores de decisão e a comunidade científica nessa área, o IPBES é estabelecido como uma nova plataforma, reconhecida por ambas as comunidades científica e política, para fechar as lacunas existentes e reforçar a interface entre ciência e política em relação aos serviços dos ecossistemas e da biodiversidade.

“Hoje, a biodiversidade venceu”, disse o Presidente da reunião, Robert Watson, Assessor Científico Chefe do Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido. “Serviços dos Ecossistemas e da Biodiversidade são essenciais para o bem-estar humano. Essa plataforma irá gerar o conhecimento e construir a capacidade de protegê-los para as gerações presentes e futuras.”

O PNUMA foi solicitado para a continuar o seu trabalho de facilitar a plataforma de forma interina, em colaboração com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Um ou mais desses organismos das Nações Unidas irá administrar o Secretariado IPBES, assim que for estabelecido.

Subsecretário-Geral da ONU e Diretor Executivo do PNUMA, Achim Steiner declarou: “Após anos de debates e negociações políticas complexas, chegamos hoje a uma conclusão positiva, uma nova conquista em termos de resposta da humanidade para reverter a perda de biodiversidade e a degradação dos ecossistemas, desde as florestas até as águas.”

As funções essenciais da IPBES abrangerão as seguintes áreas:

Identificar e priorizar informações científicas necessárias para tomadores de decisão e catalisar esforços para a geração de novos dados;

Efetuar avaliações regulares e oportunas sobre os serviços da biodiversidade e dos ecossistemas e suas interligações;

Apoiar a formulação e implementação de políticas por meio da identificação de ferramentas e metodologias relevantes;

Definir prioridades nas necessidades de capacitação para melhorar a interface entre ciência e política e para fornecer e buscar suporte para as necessidades prioritárias relacionadas diretamente às suas atividades.

O IPBES responderá às solicitações de governos, acordos ambientais multilaterais e organismos das Nações Unidas, bem como outras partes interessadas relevantes, por informações científicas relacionadas aos serviços dos ecossistemas e da biodiversidade.

Um núcleo financeiro será estabelecido para o recebimento de contribuições voluntárias de governos, organismos das Nações Unidas, Fundo para o Meio Ambiente Global (GEF), outras organizações intergovernamentais e outras partes interessadas, tais como o setor privado e fundações.

Fonte: ONU no Brasil

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