quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

"Uma andorinha só não faz verão, mas pode acordar o bando": economia solidária



A economia solidária é uma forma de produção, consumo e distribuição de riqueza, onde o mais importante é o ser humano e não o dinheiro, diz Thiago Vinicius, 23, articulador social e cultural na periferia de São Paulo. "Já vivia isso com a minha família onde as roupas eram passadas de primo para primo."

O jovem, que nasceu e mora no Jardim Maria Sampaio, zona sul de São Paulo, é um dos protagonistas da construção do Banco Comunitário União Sampaio.

Criado em 2009, a instituição é uma iniciativa da ONG União Popular de Mulheres e tem foco no desenvolvimento local. O empréstimo é feito em moeda social, Sampaio, que tem lastro no Real, o que garante que, para cada S$ 1 em circulação, existe R$ 1 nos "cofres" do banco.

"Lidamos com pessoas que não têm o que comer. Então o banco comunitário cumpre essa vocação de fazer junto com a comunidade essa conta social e tem o papel de realocar muitas questões que havíamos esquecidos", diz Thiago.

Entre os diversos serviços financeiros que o banco comunitário oferece, os produtos de financiamento são os mais procurados. Com juros baixos, a intenção é socorrer quem precisa de dinheiro em um momento de necessidade.

"Em três anos, foram R$ 50 mil, mas o grande ganho está na inclusão financeira dessa galera que pode consumir no bairro", conta.

Administrado por jovens articulados com as dinâmicas culturais da região, o banco deu origem a Agência Solano Trindade, uma plataforma de troca de serviços com o objetivo de fomentar a cultura popular por meio da viabilização financeira da produção artística da periferia, que passa pelo fortalecimento da rede de comercialização local.

No caso, a moeda usada é o Solano, que não tem lastro com o Real e cumpre uma função simbólica.
Quem precisa de um trabalho artístico, como, por exemplo, uma cobertura fotográfica de um evento, solicita por meio da agência um fotógrafo, que recebe em Solanos e depois usa esse crédito para o que precisar.

"É a nossa oportunidade de ver o quanto é grande o produto interno bruto da quebrada", diz Thiago.
Para os jovens que fazem parte do coletivo, a reflexão do poeta brasileiro Solano Trindade, origem do nome da agência, é a regra: "Pesquisar na fonte de origem e devolver ao povo em forma de arte".

"O papel da articulação para mim é esse: fazer as pessoas refletirem o papel que elas têm no mundo e o que elas querem. Uma andorinha só não faz verão, mas pode acordar o bando todo", afirma.

Até a abertura da Copa do Mundo, o Imagina na Copa vai contar 75 histórias de jovens que estão transformando o Brasil para melhor.

Os vídeos serão publicados no site www.imaginanacopa.com.br e aqui, no Empreendedor Social.

Fonte: Rede Folha de Empreendedores Sociais

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