domingo, 20 de julho de 2014

Ciclistas de Niterói reconhecem resultados do programa Niterói de Bicicleta e cobram mais avanços


Caminho livre para as bicicletas

Para tentar desafogar o trânsito em Niterói, prefeitura está investindo cada vez mais na malha viária para duas rodas

Ciclistas de Niterói reconhecem avanços, mas afirmam que ainda falta muito para transporte se tornar seguro. Fotos: Douglas Macedo


Estudo revela insatisfação de ciclistas com rede de ciclovias nas cidades brasileiras

Íris Marini

Pesquisador de uma universidade de São Paulo afirma que apenas 2,26% dos milhares de ciclistas entrevistados estão satisfeitos com as malhas viárias oferecidas nas cidades

Quem pedala nos centros urbanos não está satisfeito com a receptividade de suas cidades à bicicleta. É o que revela o resultado de um estudo sobre o tema feito este ano pelo pesquisador Yuriê Baptista César, mestrando em Engenharia Urbana pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), do estado de São Paulo. Um questionário online respondido por milhares de ciclistas do Brasil mostra que só 2,26% dos usuários de bicicleta nas cidades estão satisfeitos com a rede cicloviária (ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas).

Em Niterói, para avançar nesta questão, a Prefeitura tem tentado transformar cada vez mais a vida de ciclistas e, consequentemente, desafogar o trânsito, colocando em prática etapas do Plano Niterói de Bicicleta. Hoje o município tem cerca de 30km de ciclovias/ciclofaixas e mais 10km de ciclovias em construção. A densidade de malha cicloviária em relação ao tamanho da cidade já é maior que a do Rio de Janeiro. Em breve, essa densidade será maior que todas as capitais do Brasil, garante a instituição.

“Foram comprados segregadores suficientes para aproximadamente 10 quilômetros de ciclovias. Finalizamos a ciclovia da Avenida Amaral Peixoto e fizemos um trecho que estava precisando muito no final da Rua Doutor Fróes da Cruz, ambas no Centro. Seguiremos instalando segregadores nas ruas do circuito universitário: Tiradentes, José Bonifácio, Andrade Neves e Lara Vilela. Também duplicamos a extensão da malha cicloviária da cidade. Toda mudança de comportamento leva tempo. Estamos caminhando a passos largos para cumprir o objetivo de fazer uma mudança real na cidade”, adianta o coordenador do plano, Argus Caruso.

A maioria dos entrevistados na pesquisa – 84,4% do total – considera que sua cidade não é segura para o uso da bicicleta como modo de transporte. Em uma escala de 1 a 5, a nota média para a “ciclabilidade” nas mais de 188 cidades avaliadas é de 2,03 pontos. A Região Sudeste liderou a participação. No dia 2 de agosto, das 13h às 15h, no MAC, será discutido o plano cicloviário da cidade.

"No dia 2 de agosto, das 13h às 15h, no MAC, será discutido o plano cicloviário da cidade".


A primeira ação educativa do uso da bicicleta, com motoristas de ônibus de Niterói foi feita na quarta-feira, no Teatro Popular. A iniciativa, que partiu da Prefeitura, contou com o apoio da Fetranspor, Setrerj e UCT. No evento foram realizados debates, vídeos, palestras com mais de 200 pessoas.

“A ação é um projeto piloto que terá continuidade e pretende atingir todos os motoristas que atuam em Niterói com o objetivo de fomentarmos um convívio harmônico entre os condutores e ciclistas”, diz Caruso.

Para o repórter cinematográfico Luis Araujo, que é um dos líderes do movimento Pedal Sonoro, de Niterói, os recém-implantados segregadores na Amaral Peixoto melhoraram muito a situação dos inúmeros carros que estacionavam na, até então, ciclofaixa. Mas ainda é preciso mais mudanças.

“O segregador foi bom. Diminuiu radicalmente a invasão dos motoristas na ciclovia, mas já flagrei uns três ou quatro carros parados dentro da via. Eles entram no início”, conta Luis.

O advogado Sérgio Franco, de 44 anos, é um dos representantes do grupo Mobilidade Niterói. Ele utiliza a bicicleta como meio de transporte há cerca de 10 anos. No início, era visto com estranheza quando saía de Icaraí em direção ao fórum, no Centro, de terno e gravata, de bicicleta, segundo ele.

“Hoje vemos engravatados usando até skate como meio de deslocamento. Ou seja, as pessoas, estão naturalmente despindo-se dos preconceitos, e começam a procurar meios de transportes mais eficientes, até porque falta espaço para o automóvel e dentro dos coletivos”, observa o ciclista.

Já está em fase final a contratação do projeto básico do plano cicloviário de toda a cidade, segundo a Prefeitura, que tem previsão de que, até o final do ano, a cidade o tenha completo.

Ainda foi finalizada a licitação para a compra de 250 bicicletários, suficiente para prender 500 bicicletas, de acordo com o órgão. Eles começarão a ser instalados ainda em julho deste ano. Serão contemplados diversos pontos estratégicos por toda a cidade. O modelo adotado é o “U” invertido. Vinte peças desse mesmo modelo já foram instaladas na Amaral Peixoto, em maio.

A ação dá ouvidos ao argumento de diversos grupos que defende um projeto cicloviário nas ruas do município. O texto foi elaborado por: Mobilidade Niterói, Pedal Sonoro, Massa Crítica, Ciclista Aprendiz, CSCNit, Bike Anjo, Pedalentos e Ciclistas de Niterói. No documento, afirma-se que “independente de qualquer campanha em favor das bicicletas, é visível que o número de usuários destas como meio de transporte vem aumentando ano após ano”. Além disso, o papel aponta que, de acordo com especialistas, o ideal para o deslocamento de bicicleta ser feito abrange um raio de 5 km, com tempo máximo de deslocamento de 30 minutos.

Estão em estudo: melhorias na ciclofaixa da Roberto Silveira, implantação de ciclovia na Miguel de Frias, mudança de lado da ciclovia da Fróes, recapeamento e nova ciclovia na São Lourenço, implantação de ciclovia no calçadão de Piratininga e contratação de 60 funcionários para trabalharem exclusivamente nas ciclovias e ciclofaixas junto aos agentes da NitTrans, diz o órgão.

A NitTrans informa que faz constantemente fiscalizações de estacionamento irregular nas ciclofaixas e demais itens do Código de Trânsito Brasileiro. Das 20.877 autuações registradas no primeiro semestre de 2014, 6.256 são relacionadas a estacionar o veículo no passeio ou sobre a faixa de pedestres ou ciclofaixa, equivalente a 21,74%.

Fonte: O Fluminense


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