quinta-feira, 25 de agosto de 2016

PARQUES, CULTURA E ECOTURISMO EM NITERÓI: Duna Grande, em Itaipu, terá passeios guiados em 2017



COMENTÁRIO DE AXEL GRAEL:

Apesar de investimentos em conservação e recuperação de áreas verdes em todas as regiões da cidade, a Região Oceânica de Niterói tem sido o principal foco das ações em sustentabilidade, implantação de áreas protegidas e ecoturismo. Para isso, a Prefeitura de Niterói está captando recursos para implantar o Programa Região Oceânica Sustentável e já vem avançando em diversas ações, como a criação do Parque Natural Municipal de Niterói (PARNIT), o desenvolvimento do seu Plano de Manejo (sendo realizado), o planejamento da Projeto de Renaturalização do Rio Jacaré, a implantação de melhorias de infraestrutura na Praia do Sossego.

Além disso, com o PRO-Sustentável, também será implantado o Parque Orla de Piratininga, o Centro de Referência em Sustentabilidade Urbana e uma malha cicloviária de 57 km na Região Oceânica, incluindo as ciclovias no interior das galerias do túnel Charitas-Cafubá e um trecho de ciclovia funcional, mas também educativa, panorâmica e turística, a ser construída em parceria com o Parque Estadual da Serra da Tiririca - PESET.

O PESET é uma conquista do movimento ambientalista de Niterói e Maricá, uma vez que a sua criação partiu de uma mobilização, nas décadas de 1980 e 1990, de diversos grupos ambientalistas e comunitários, liderados dentre eles pelo Movimento Cidadania Ecológica, organização que formou uma geração de militantes que ainda defendem a causa em Niterói.

Áreas protegidas em Niterói

Com a prioridade dada ao planejamento e implantação de áreas protegidas em Niterói através do lançamento do Programa Niterói Mais Verde (Decreto Municipal 11.744/2014) e a sua consolidação que virá com o novo Plano Diretor da cidade, o município poderá passar a contar com mais de 50% do seu território sob regime de proteção e gestão ambiental, nos moldes do que é estabelecido pela legislação federal do SNUC. Isto colocará Niterói na vanguarda das estratégias de conservação em áreas urbanas, principalmente considerando-se que a cidade encontra-se num dos mais complexos contextos metropolitanos do país. Poucas cidades terão a oportunidade de contar de tal forma com áreas protegidas para garantir a sua qualidade ambiental, a sua qualidade de vida, a atividade do ecoturismo, esportes, recreação e lazer para a sua população e contribuir com a proteção destas áreas para a resiliência da cidade.

E o PESET tem um papel fundamental nesta estratégia. O PESET constitui-se em uma grande parte deste território protegido e a sua devida implementação é fundamental para Niterói. Por isso, a Prefeitura tem buscado parcerias para a cooperação na gestão do parque estadual e a sua integração com as iniciativas de proteção municipais.

Reserva Biológica de Goethea

A Reserva Biológica de Goethea foi mais uma iniciativa pioneira de conservação de ecossistemas protagonizado em Niterói e, particularmente, na Região Oceânica. Embora jamais tenha sido implantada, a Reserva mostrou uma preocupação à frente do seu tempo dos gestores públicos da época (1932), de garantir a proteção daquele ecossistema de restinga, ainda em condições bastante naturais naquela época. A mesma região foi objeto do reconhecimento do patrimônio arqueológico do sambaqui de Itaipu pelo IPHAN, em 1962, e a criação do PESET.

Vale lembrar que a região foi objeto, nos anos 1980, da primeira Ação Civil Pública do Brasil, impetrada pelo promotor João Batista Petersen contra um loteamento na Serra da Tiririca, que motivou a mobilização que resultou na criação do PESET em 1992.

Diante de tanto pioneirismo em iniciativas de conservação do patrimônio natural, o simbolismo da Reserva de Goethea ganha ainda mais relevância. Por isso, a Prefeitura de Niterói e o INEA unem-se para celebrar no próximo ano as iniciativas pioneiras aqui citadas, de forma a inspirar a construção do futuro sustentável da região.

Axel Grael




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Duna Grande, em Itaipu, terá passeios guiados em 2017

Sambaqui da Duna Grande, em Itaipu, foi reconhecido como patrimônio arqueológico nacional há 55 anos. Foto: Arquivo/ Júlio Silva


Raiana Collier
Atividade é uma das ações previstas com parceria entre prefeitura e Inea

Em 2017, serão comemorados os 55 anos do reconhecimento da Duna Grande de Itaipu como patrimônio arqueológico nacional - tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) - e os 85 anos da Reserva Biológica de Goethea - mais antiga área municipal protegida do Brasil. Para marcar as celebrações, está sendo firmada uma parceria institucional entre a Prefeitura de Niterói e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para pacote de ações na região, que desde 2008 faz parte do Parque Estadual da Serra da Tiririca (PESET). Entre as iniciativas planejadas estão o cercamento, sinalização e, no ano que vem, passeios guiados no entorno da duna.

Segundo Jonathan Ferrarez, chefe do Parque, na última semana foi concluído o cercamento, que durou duas semanas. Ele frisou que esse trabalho é importante para manter a integridade do patrimônio.

“Essa é uma área que precisa ser preservada por ser patrimônio histórico. A Duna Grande é reconhecida como sítio arqueológico, é uma área onde vivia o povo sambaqui. Foi feito um trabalho técnico acompanhando esse cercamento, que precisou ser realizado com muito cuidado pela importância da área”, comentou.

Ferrarez adiantou que, na segunda fase da parceria, será feito o chamado manejo de ecossistema. Faz parte desse trabalho a retirada de vegetação exótica e reflorestamento da área. No próximo ano, serão feitas trilhas contando a história do sítio arqueológico. A parceria incluirá também a remoção de lixo e de espécies exóticas e o plantio de nativas típicas de restinga em regime de mutirão.

Ponto turístico – A Prefeitura informou que o poder municipal vai fazer a interface entre o parque, que é gerido pelo Inea, e a cidade. A Duna, que ocupa um perímetro de 778 metros de extensão, foi cercada com mourões e tela. Quando estiver totalmente protegido, o local será tratado como um ponto turístico de Itaipu e receberá placas informativas sobre outros atrativos da região, como a praia de Itaipu, a Igreja e o Museu de Arqueologia de Itaipu. O projeto de preservação é desenvolvido pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade, em parceria com a gestão do Parque Estadual da Serra da Tiririca, o Iphan e o Museu de Arqueologia de Itaipu, criado em 1977 a partir dos sítios arqueológicos encontrados na Duna Grande, com peças de até 7 mil anos que contam a história dos povos que viveram da caça, pesca e coleta na Região Oceânica.

A Reserva Biológica de Goethea se tornou a primeira área municipal protegida do Brasil em 1932, por um decreto nunca implantado. Em 1992 a área foi redescoberta e, em 2008, incorporada ao PESET, uma vez que existem indícios de que a Reserva abarcava terrenos à volta da Duna e a própria Duna.

Fonte: O Fluminense




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